terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

desmatéria

na matéria turva da multidão
defines-te como um ponto breve
um ponto celeste
ascendente suga-te um feixe de luz
primordial, quente

sob teus pés
revela-se um báratro de fogo
chamas claras e claramente altas
consomem-te a pele
a matéria borbulha
crepita e desvanece
dando lugar a cores
transcendentemente belas
eis a tua desmaterialização

lupus

um lobo de estrelas, um lobo cósmico
atravessa o céu por entre constelações
como um brigue, surcando por entre as calotas glaciares
fá-lo a guardo da noite, o dia já não o aquece
não estás lá, para te beber da luz que o conforta