domingo, 23 de setembro de 2012

casa em ti

chegaste ao ponto em que já não sabes o que é sair de casa

estás tão presa a ti, agarraste-te tanto a ti

já não sabes de que cor é a luz

já não sabes sequer se a luz tem cor

tudo o que vês é escuro, apenas os teus olhos

cinzentos esbatidos se reflectem no espelho da sala do teu consciente

na cave do teu subconsciente nunca entraste, tens medo

no sotão visitas as tuas recordações, e procuras sentimentos que perdeste

eles estão lá mas não os encontras

queres chorar, mas já não sabes como se faz

jardim

ao jardim vêm
os que procuram sentimentos
perdidos em visitas passadas

aqui ficam na noite
uivando cânticos
de olhos cintilantes

para ti são palavras soltas
musicadas, banais
são como farpas
nas mãos que levas ao peito