insolvências resolvidas de interlúdios lúcidos
postas a nu por pensa-acções reais
interceptadas pelas mentes interligadas
dos neurocirurgiões que me remexem nos lobos
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
salmoura
o peso da chuva miúda
tão pesado de tão leve
pressiona os torsos
cabeças rente ao chão
vão derramando lágrimas
de salmoura
tão pesado de tão leve
pressiona os torsos
cabeças rente ao chão
vão derramando lágrimas
de salmoura
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
fumos
palavras já não saem destas bocas
apenas fumo
ora negro
por ora branco
fumos peçonhentos
de cheiro a enxofre
que tiram a vida
pois estas bocas pregam
a morte
ecoam pelas colinas mais distantes
passos de figuras distorcidas
disfrutam de centenas de metros
na vertical e no horizonte
algumas formam figuras humanas
que dançam ao som de trovões
que dançam ao som de trovões
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
o anexo, parte um
são três e tal da manhã, e apenas a luz da vela;
a casa fala
range
estala
junto ao ouvido
tosse-me o vizinho
nesta casa ouve-se tudo
como se as paredes
fossem feitas de papel
enquanto tento perceber
se estou a ser observado
sinto um bafo quente
junto à cara
e com mais entusiasmo
agarro a chávena de chá
entre as mãos pálidas
nunca tirando os olhos
do buraco
da fechadura
do anexo
a casa fala
range
estala
junto ao ouvido
tosse-me o vizinho
nesta casa ouve-se tudo
como se as paredes
fossem feitas de papel
enquanto tento perceber
se estou a ser observado
sinto um bafo quente
junto à cara
e com mais entusiasmo
agarro a chávena de chá
entre as mãos pálidas
nunca tirando os olhos
do buraco
da fechadura
do anexo
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