posso começar?
chama-se o poema
o poema
e é sobre
um poema
que foi pensado
há muito
muito tempo atrás
antes até
do próprio tempo
antes até de este
ter sido pensado
é um poema antigo
mais antigo
do que o próprio tempo
e o tempo
é bem antigo
mais antigo do que
as coisas todas
todas as coisas do mundo
sim este poema
fala do tempo
porque o tempo
pode ser um poema
o poema
mais antigo do que
todas as coisas do mundo
terça-feira, 17 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
bife
divino prato
bife suculento
regado de molho
bem cremoso
acompanhado de arroz
e batatas fumegantes
não comi
mas vi comer
quando passava
roto e com frio
e parei
o meu carro de compras enferrujado
e olhei
pela janela do restaurante
"que delícia!"
repetia o meu estômago
sem parar
ao ver o bife
ter aquela relação
íntima com o garfo
e depois o garfo
ter aquela relação
íntima com o homem
e a fome
daquele homem
a ser saciada
com aquela orgia alimentar
cofio a barba
"tenho de ir
revirar mais
um caixote..."
bife suculento
regado de molho
bem cremoso
acompanhado de arroz
e batatas fumegantes
não comi
mas vi comer
quando passava
roto e com frio
e parei
o meu carro de compras enferrujado
e olhei
pela janela do restaurante
"que delícia!"
repetia o meu estômago
sem parar
ao ver o bife
ter aquela relação
íntima com o garfo
e depois o garfo
ter aquela relação
íntima com o homem
e a fome
daquele homem
a ser saciada
com aquela orgia alimentar
cofio a barba
"tenho de ir
revirar mais
um caixote..."
quarta-feira, 4 de abril de 2012
potencial anarca
oiço
"olá colega"
olho e sorrio levemente
para o tipo
da secretária ao lado
por dentro
das minhas amarras
faço-lhe cara feia
"apetece-me cuspir-te
na cara
bem na cara"
mostrar as minhas
partes traseiras
em vez de sorrisos
ao chefe
que me observa
de olhar controlador
através do vidro
entro-lhe no escritório
arranco-lhe a espinha dorsal
acerto-lhe com ela na cara
:limito-me a imaginá-lo.
a lei
a ordem
as regras
de calças em baixo
tenho um olhar traseiro
sobre elas
sou um potencial anarquista
comprimido ao meu fatinho
o meu fatinho
é mais uma camisa de forças
na realidade
aqui continuo
sentado à secretária
ou à espera na fila
subjugado por ela
a sociedade.
"olá colega"
olho e sorrio levemente
para o tipo
da secretária ao lado
por dentro
das minhas amarras
faço-lhe cara feia
"apetece-me cuspir-te
na cara
bem na cara"
mostrar as minhas
partes traseiras
em vez de sorrisos
ao chefe
que me observa
de olhar controlador
através do vidro
entro-lhe no escritório
arranco-lhe a espinha dorsal
acerto-lhe com ela na cara
:limito-me a imaginá-lo.
a lei
a ordem
as regras
de calças em baixo
tenho um olhar traseiro
sobre elas
sou um potencial anarquista
comprimido ao meu fatinho
o meu fatinho
é mais uma camisa de forças
na realidade
aqui continuo
sentado à secretária
ou à espera na fila
subjugado por ela
a sociedade.
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